Bom como já trabalho a algum tempo com internet e html, não tive muitas dificuldades em realizar a atividade de criação do blog, pois já tinha criado outros blogs antes, mas nunca como ferramenta pedagógica. Acho que a abordagem foi bem valida para aqueles que não conheciam ou tinham pouco contato com esse tipo de conteúdo. Só que o tempo destinado a esta disiplina foi curto, existem vários recursos a se explorar, e o que vimos foi basicamente uma formatação de texto html, claro que cabe a cada um esforçar-se para melhorar e pesquisar muito para obter um resultado ainda melhor com a utilização de seu blog.
Na minha opinião o blog é sim uma ferramenta que irá vingar, quer dizer, já vinga, juntamente com outros serviços gratuitos hoje disponíveis na internet como fotolog, disco virtual, ambientes interativos...o que falta é conscientizar as pessoas a o utilizarem. Como toda nova tecnologia, essas quebras de padrões ainda encontram resistências em alguns setores, isso se aplica ao setor do ensino no Brasil hoje.
É muito mais cômodo para um professor continuar fazendo suas aulas da maneira que faz a 20 anos, do que aprender a utilizar novas ferramentas. Nesse contexto sabemos que não está envolvida somente a questão do "professor". As novas tecnologias exigem além de conhecimento, especialização, práticas e mais do que isso equipamentos. E aí nos deparamos com um incoveniente, não depende mais de um professor, um corpo diretivo e sim do Estado, ou do País....
Ao meu ver, sejamos mais criativos, querendo é possível alcançar objetivos, traçar metas e resolver localmente esses problemas pequenos. Primeiramente é preciso mostrar porque as novas tecnologias vieram e convencer as pessoas de que vale a pena. Depois aos poucos iremos transformando ambiente, com muita dedicação e esforço.
Trabalho com ensino técnico então vivencio a experiência de laboratório. Quanto a utilização desses meios no ensino médio, me parece que aos poucos ele vem se tornando realidade. Trabalhei para um grupo educacional onde essas aulas eram comuns e freqüentes, acredito que essas técnicas se concretizem ainda mais devido as facilidades de aquisição de equipamentos, especialização de professores e mesmo da necessidade de uso.
Educar para o uso responsável dos meios digitais
Cristina Moraes Sleiman*
Atualmente há uma grande preocupação quanto à utilização inadequada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Os casos mais comuns são: utilização de páginas Web para difamar ou caluniar alguém, e-mails com informações falsas, plágio e outras modalidades. Sou defensora da utilização das TICs na Educação, mas também defendo que precisamos educar para isso e só conseguiremos atingir tal objetivo se nos educarmos primeiro.
Quantas pessoas que estão lendo este artigo têm o costume de bloquear sua máquina quando saem de perto do computador? Ou ainda “emprestam” sua senha para um colega acessar a Internet? Quem nunca recebeu um e-mail em nome de uma grande empresa com a frase “clique aqui”?
Os novos meios de comunicação trouxeram também novas formas de fraude às quais estamos sujeitos. Como educadores, é nosso papel contribuir para o desenvolvimento pleno do aluno. Ética e cidadania são essenciais para o convívio em sociedade. Para lidar com essas questões, que já não são mais probabilidades, mas sim realidade cada vez mais próxima de todos, é necessário desenvolver um plano de Educação Digital.
Diferentemente de outros educadores, que definem Educação Digital como Educação por meio de recursos digitais, considero Educação Digital como educar para utilizar de forma responsável os meios digitais, levando ao conhecimento do educando também os aspectos jurídicos relacionados à utilização de tais meios.
A Educação Digital pode e deve ser trabalhada em duas vertentes: educação dos empregados e colaboradores de uma empresa (Política de Segurança da Informação) e educação dos alunos dentro da própria instituição de ensino, considerando-se o processo de construção do conhecimento como base para qualquer situação.
Pensando na proteção não só dos alunos, mas também da própria instituição de ensino, o ideal é traçar um plano de ação, levando ao conhecimento de todos os aspectos jurídicos essenciais na utilização de recursos tecnológicos. Neste artigo, o meu foco será o aluno, mas vale lembrar que a questão não se limita a ele.
Discorrer sobre os aspectos legais na utilização dos recursos tecnológicos para o corpo discente não é difícil, mas sua conscientização sim. Um bom caminho é aproveitar as situações de uso das ferramentas na própria escola. Por exemplo, ao planejar uma atividade de pesquisa on-line, é importante inserir no contexto a responsabilidade de cada um ao publicar informações na Internet. Para ambos os casos, recomenda-se a elaboração de dicas de segurança da informação e responsabilidade civil e criminal (veja aqui algumas dicas).
Não é um trabalho fácil. Será necessário conscientizar os professores antes dessa etapa, pois são questões específicas e devem ser claramente disseminadas.
É importante ressaltar que a Internet não é uma terra sem lei, como se ouve por aí. Temos uma nova forma de atuação. O que muda é o meio, e não o ato em si. Portanto, a lei é perfeitamente aplicável. Para exemplificar, pense na Lei de Direitos Autorais, que deve ser aplicada a toda obra independentemente do meio de suporte, ou seja, publicação impressa ou publicação on-line, podendo ainda ser exteriorizada apenas de forma oral.
Quanto à questão da responsabilidade, espero que não tenha assustado o caro leitor ao mencionar civil e criminal, mas o tema é de suma importância. Freqüentemente, por falta de esclarecimento, o usuário acaba enviando um e-mail indevido, contendo ameaças, calúnias ou injúrias contra outra pessoa, pensando que nunca será descoberto. “Ledo Engano”, até mesmo as Lan Houses hoje são obrigadas a manter um cadastro de usuários e horário de utilização. Lembre-se de que o endereço IP (um dos protocolos responsáveis pela identificação dos computadores na Internet) leva à máquina utilizada, e da máquina chega-se ao autor.
Outra dica importante é sobre os falsos e-mails. Como se prevenir? O que fazer quando a máquina for invadida? Como evitar que sua senha seja interceptada por um cracker? E há muitas outras questões sobre o assunto. Esse “mundo” está apenas começando, mas a responsabilidade existe e deve ser imputada a quem de direito.
Para finalizar, algumas referências sobre temas a serem abordados para o planejamento de Educação Digital: - Identidade Digital- Responsabilidade (civil e criminal)- Responsabilidade em conteúdos da Internet (todo conteúdo escrito na Internet é de responsabilidade de seu autor)- Responsabilidade na utilização de e-mails (enviar um boato eletrônico, por exemplo, pode gerar responsabilidade civil e criminal)- Comunidades Virtuais (nunca se pode falar de questões protegidas por sigilo profissional nem se pode utilizar imagens de pessoas sem autorização)- Privacidade- Direito autoral- O que é endereço IP (pode representar o local de ocorrência de uma infração ou o começo de uma investigação de crime eletrônico).* Advogada e pedagoga, atua na área de Internet, Política, Normas de Segurança da Informação e Educação Digital no Senac São Paulo. Mestranda na Escola Politécnica da USP em sistemas eletrônicos.