Tuesday, December 12, 2006

Aprendendo a medir o mundo

E se, além disso tudo, o aparelho pudesse coletar informações sobre o meio físico em que está inserido, armazená-las e fornecer ferramentas de apoio para que o usuário/aluno trabalhe e chegue as suas próprias conclusões? E se aproveitássemos a feliz somatória de mobilidade, capacidade de processamento e flexibilidade de modos de entrada para construir um verdadeiro laboratório, capaz de ensinar e promover a análise quantitativa do mundo - um aspecto importantíssimo das ciências modernas, normalmente passada de forma acrítica, - a “cuspe e giz” - em nossas escolas?

A entrada para microfone externo do XO permite também a conexão direta de qualquer dispositivo sensível eletronicamente ao ambiente, isto é, que “traduza” variações ambientais em níveis proporcionais de variação de energia elétrica. Com isso é possível ligar sensores de temperatura, umidade, pressão, etc. Eles são simples de construir e sua matéria prima custa alguns poucos centavos de real, quando não está disponível livremente na natureza.

Também é possível ligar, por exemplo, motores de brinquedo sucateados ou manufaturados para que funcionem como geradores eólicos ou hídricos, para que se meça a velocidade do vento ou da água. Também é possível conectar pontas de prova, intercaladas ou não com circuitos elétricos simples, para medir diretamente tensão, amperagem, resistência, freqüência, etc.... Software específicos criados, modificados ou somente manipulados pelas crianças podem guardar estas informações e exibi-las como gráficos, listas ou tabelas. O XO pode até mesmo se tornar um multímetro ou osciloscópio!

A coleta de dados independe do ambiente escolar. Assim os alunos das mais diferentes idades e séries podem ter atividades relacionadas à construção e uso de sensores dentro de um programa amplo de conscientização científica e “compreensão crítica do mundo”. As abordagens e expectativas para cada faixa etária, evidentemente, são distintas. Por exemplo, pode-se exigir mais formalidade científica de um aluno da 8ª série; enquanto conceitos básicos de quantidade, gráficos e margem de erro podem ser passadas tranqüilamente, de maneira lúdica, para alunos dos primeiros anos.

Para a escola, entre outras coisas, há um ganho significativo na avaliação formal, pois ela pode se tornar mais complexa, avaliando tanto o que o aluno aprendeu quanto como o aluno aprende. A escola também pode ampliar seu conteúdo, tornando-o mais variado e complexo, pois praticamente todo o currículo tradicional passa a ser trabalhado transversalmente e interdisciplinarmente. Abaixo listo algumas habilidades naturalmente desenvolvidas neste contexto experimental:

O desenvolvimento da linguagem, principalmente da escrita.
Não raro as crianças tendem a apresentar textos mais significativos e a construir ferramentas concretas inovadoras.
O pensamento abstrato, a resolução de problemas, a formulação de hipóteses, a capacidade de teorizar e argumentar.
O trabalho em grupo, a construção e manutenção de redes de relacionamento e interesse.
A apropriação e resignificação destas habilidades em outros campos, como artes, literatura, convívio social, lazer, trabalho, etc...
Saiba mais:http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/educacao_tecnologia_20061207

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